COMUNHÃO DOS SANTOS

29/12/2012 21:46

                               COMUNHÃO DOS SANTOS

CIC.946/948: “A comunhão dos santos é a Igreja” – Ver. CIC.1474/1475

A comunhão entre a Igreja do céu e a da terra

Os três estados da Igreja

Peregrina (nós), padecente (purgatório), gloriosa (céu):

 (CIC.954): “Até que o Senhor venha em sua majestade e com ele todos os anjos, e destruída a morte, todas as coisas lhe forem sujeitas, alguns dentre os seus discípulos peregrinam na terra, outros, terminada esta vida são purificados, enquanto outros são glorificados, vendo claramente o próprio Deus assim como é.

CIC.1029: “Na glória do céu, os bem-aventurados continuam a cumprir com alegria a vontade de Deus em relação aos outros homens e à criação inteira. Já reinam com Cristo; com Ele “reinarão pelos séculos dos séculos (Ap.22,5)”.

 LG. 49: “Todos, porém, em grau e modo diverso, participamos da mesma caridade de Deus e do próximo...Congregam-se todos em uma só Igreja”.

CIC. 955: “A união dos que estão na terra com os irmãos que descansam na paz de Cristo, de maneira alguma se interrompe, pelo contrário, segundo a fé perene da Igreja, vê-se fortalecida pela comunicação dos bens espirituais”.

CIC.956A intercessão dos santos: “Pelo fato de os habitantes do céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto do Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus”.

BÍBLIA: I Cor.12,26: “Se um membro sofre, todos os membros padecem com ele; e se um membro é tratado com carinho, todos os outros se congratulam por ele”.

CIC.958:  A comunhão com os falecidos: “Reconhecendo cabalmente esta comunhão de todo o corpo místico de Jesus Cristo, a Igreja terrestre, desde o início venerou a memória dos defuntos. A oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz a sua intercessão por nós”.

BÍBLIA: II Macabeus 12,45-46: “Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis porque ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas”.

LG. 51: “Todos os que somos filhos de Deus e constituímos uma única família em Cristo, enquanto nos comunicamos uns com os outros em mútua caridade... realizamos a vocação própria da Igreja”.

BÍBLIA: I Cor.12,12-13: “Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo”.

CIC.962: “Cremos na comunhão de todos os fiéis de Cristo, dos que são peregrinos na terra, dos defuntos que estão terminando a sua purificação, dos bem-aventurados do céu, formando todos juntos uma só Igreja, e cremos que nesta comunhão o amor misericordioso de Deus e dos seus santos está sempre à escuta das nossas orações”.

 

                                  PURGATÓRIO (IGREJA PADECENTE)

CIC.1472/3

A existência do purgatório:

O purgatório é um lugar de suplício, onde as almas dos justos incompletamente purificados acabam de purgar(ou purificar) as suas faltas. O purgatório existe e é um Dogma de Fé e por isso todos os fiéis da Igreja católica Apostólica Romana são obrigados a acreditar.

“O santo Concílio ordena aos bispos que tomem cuidado para que uma pura doutrina no que respeita ao purgatório, conforme  a tradição dos santos Padres e dos Concílios seja acreditada e sustentada por todos os que pertencem à Igreja Católica e seja ensinada e pregada em toda a parte”.

Concílio de Trento, sess.6,Cân.30: “Se alguém disser que a todo pecador penitente, que recebeu a graça da justificação, é de tal modo perdoado a ofensa e desfeita e abolida a obrigação da pena eterna que não lhe fica obrigação de nenhuma pena temporal, antes que lhe possam ser abertas as portas do céu, seja excomungado”.

 Os Santos Padres da Igreja desde o início, inúmeras assembléias, provinciais e ecumênicas afirmaram o dogma do purgatório e recomendaram os sufrágios e orações pelas almas. Assim os concílios provinciais de Cartago (ano312), o de Praga (ano563), Chalons sur Saône (ano 580) e os Concílios ecumênicos de Latrão (ano 1215), Florença (ano 1442) e Trento (ano 1545). Principalmente o concílio de Trento definiu a natureza do purgatório  e os pontos essenciais do dogma :

Dogma: “Se alguém disser que o santo sacrifício da Missa não deve ser oferecido pelos vivos e pelos mortos, pelos pecados e penas, as satisfações e outras necessidades, seja anátema”.

CIC: 1030: “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do céu.

CIC: 103l: “A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador.

CIC: 1032: “...Desde os primeiros tempos, a Igreja honra a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício Eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos”.

BÍBLIA: No Antigo testamento conhecemos já a prática da oração pelos mortos, a partir da crença na ressurreição, verificada na história dos Macabeus: Judas Macabeu, chefe do exército judaico, retornando de uma batalha ofereceu sacrifícios em favor dos mortos na guerra, pois dizia ele, para implorar perdão pelos seus pecados:

II Macabeus 12,43-46: “Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom  e religioso pensamento; eis porque ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas”.

Um caso ainda interessante na história dos Macabeus:  Deus concedeu uma visão a Judas Macabeu para que esse pusesse confiança na vitória e animasse seu exército:

II Macabeus 15,11-16: “Assim armou a todos não com a segurança que vem das lanças e dos escudos, mas com a coragem que suscitam as boas palavras. Narrou-lhes ainda uma visão digna de fé, uma espécie de visão que os cumulou de alegria. Eis o que vira: Onias que foi um sumo sacerdote, homem nobre e bom, modesto em seu aspecto, de caráter ameno, distinto em sua linguagem e exercitado desde menino na prática de todas as virtudes, com as mãos levantadas, orava por todo o povo judeu. Em seguida havia aparecido do mesmo modo um homem com os cabelos todos brancos, de aparência muito venerável, e nimbado por uma admirável e magnífica majestade. Então, tomando a palavra, disse-lhe Onias: “Eis o amigo de seus irmãos, aquele que reza muito pelo povo e pela cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus. E Jeremias, estendendo a mão, entregou a Judas uma espada de ouro, e, ao dar-lha, disse: “Toma esta santa espada que Deus te concede e com a qual esmagarás os inimigos”.

OBS. O sacerdote Onias e o profeta Jeremias já eram falecidos ha centenas de anos.

 

No N.T. conhecemos certos textos que faz referência à possibilidade de purificação pós-morte:

Mt.5,25-26: “Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. Em verdade eu te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo”.

Mt.12,32: “Todo o que tiver falado contra o Filho do homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão, nem neste século, nem no século vindouro”.

I Tim.5,24: “Os pecados dos homens às vezes são conhecidos já antes de levados a juízo; outras vezes o serão depois”.

I Cor.3,13-15: “...A obra de cada um aparecerá. O dia (do julgamento) demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a construção resistir, o construtor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele será salvo, porém passando de alguma maneira através do fogo”.

I Pd.3,19: “...É neste mesmo espírito que ele (Jesus) foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere...”.

I Pd.4,6: “Pois para isto foi o Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora sejam condenados em sua humanidade de carne (isto é, mortos), vivam segundo Deus quanto ao espírito.

Ef.4,8: “Quando subiu ao alto (ascensão de Jesus), levou muitos cativos (1 Pd.3,19), cumulou de dons os homens (pentecostes-atos 2).

Mt.27,51-52: “E eis que o véu do templo se rasgou em duas partes de alto a baixo, a terra tremeu, fenderam-se as rochas. Os sepulcros se abriram e os corpos de muitos justos ressuscitaram. Saindo de suas sepulturas, entraram na Cidade Santa depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas pessoas”.

 

O testemunho dos santos

Muitos santos testemunharam em seus escritos que tiveram visão de almas do purgatório. Entre eles, Santa faustina, Santa Tereza D’Ávila, O papa Pascoal I, Santa Francisca Romana(que foi levada ao purgatório pelo arcanjo São Rafael) e tantos outros . Todos testemunham que as almas vinham a eles para pedir orações, missas, etc. a fim de serem libertas do purgatório, onde muito sofriam.

 

As indulgências (CIC.1471/1479)

“Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto a culpa”. 

Explicando:  Todo pecado cometido, seja de pensamentos, palavras, atos ou omissões nos acarretam uma pena a ser expiada. Para os pecados leves (ou veniais) há uma pena somente temporal, enquanto que para o pecado grave (ou mortal) existe uma pena eterna, que é a condenação da alma. Deus nos concede o perdão do pecado, isto é, nos livra da condenação, mas nos obriga a “expiar” as conseqüências de nossos atos. Essa expiação pode ser começada aqui na terra, através dos sofrimentos e provações suportadas pacientemente, através boas obras, de orações e práticas de penitência, e também através das indulgências.

A remissão da pena temporal pela indulgência é tirada do chamado “tesouro da Igreja” que é a soma de todos os méritos da vida, paixão e morte de Nosso senhor Jesus Cristo oferecidos ao Pai pela humanidade,  somados aos méritos alcançados por Nossa Senhora e pelos Santos.

Como ganhar indulgências:

Para ganhar indulgências é necessário estar em estado de graça ou buscar o perdão de Deus através da confissão sacramental.

Existem orações, práticas piedosas indulgenciadas pela Igreja.  Pode-se dizer que indulgenciar é supervalorizar o ato. A Igreja, como dispensadora das graças e méritos de Cristo, distribui conforme entende essas graças, usando da autoridade que o próprio Jesus lhe deu: “Tudo que ligares na terra será ligado no céu (Mt.16,18-19)”.

As indulgências podem ser pra si mesmo ou para outrem:  Toda indulgência ganha pode ser aplicada  pra si mesmo ou para as almas do purgatório, nunca para outras pessoas vivas.

A indulgência pode ser plenária ou parcial: A indulgência plenária expia totalmente a pena temporal dos vivos e também dos mortos para quem se ofereceu. A indulgência parcial expia parcialmente a pena tanto dos vivos (de si mesmo) quanto dos mortos. A indulgência não pode ser aplicada a outras pessoas vivas.

 

                                           IGREJA GLORIOSA (OS CÉUS)

 

CIC.1023: Os que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, porque o vêem “tal como ele é” (I João 3,2), face a face.

DS.1000 e LG.49:  “...Antes mesmo da ressurreição dos corpos e do juízo final e desde a ascenção de Jesus ao céu, após purificação (se houver algo a purificar) as almas  dos falecidos tanto da antiga quanto da nova aliança se encontram no paraíso celeste, com Cristo,  e vêem a Deus com uma visão intuitiva e até mesmo Face a Face.

 

O CÉU: O céu é comunhão plena e definitiva com a Santíssima Trindade, com a Virgem Maria, os anjos e todos os santos (CIC.1024-1029).

Com sua mote e ressurreição Jesus nos “abriu o céu”, isto é, nos tornou capazes desta comunhão, nos “admitiu” à esta comunhão com Deus. Viver no céu é viver perfeitamente incorporado a Cristo, é reinar com Ele (Apoc.22,5).

CIC.2794-2802: A expressão bíblica “céu” não significa um lugar “o espaço”, mas uma maneira de ser, a Majestade de Deus. O céu, a casa do Pai, constitui a verdadeira pátria para onde nos dirigimos e à qual já pertencemos. Quando a Igreja reza: “Pai nosso que estais nos Céus”, professa que nós somos o Povo de Deus já “assentados nos céus, em Cristo Jesus (Ef.2,6), “escondidos com Cristo em Deus”(Cl.3,3) e, ao mesmo tempo, “gememos pelo desejo ardente de revestir por cima da nossa morada terrestre a nossa habitação celeste” (2Cor.5,2).

 

 

                                                        OS INFERNOS (CIC.631/637)

A Salvação:  Enquanto estamos em caminho, isto é, peregrinando na terra, mesmo se estamos  afastados da comunhão com Deus pelo pecado mortal, esta não é definitiva, podendo ser sempre novamente restaurada pelo arrependimento e confissão sacramental. A salvação é a comunhão com Deus já nesta vida e mais plenamente na outra, onde contemplaremos Deus “Face a Face”, onde O veremos como Ele é (I Cor.13,12).

O inferno:  É a separação eterna e definitiva da comunhão com Deus, a privação da Visão Beatífica. (CIC.633).

Quando foi criado o inferno?    O artigo 5 do credo professa que “Jesus Cristo desceu aos infernos, ressuscitou dos mortos no terceiro dia”.  

A Morada dos mortos para a qual Cristo morto desceu, a Escritura denomina os Infernos, o Sheol ou o Hades, visto que os que lá se encontravam estavam privados da Visão de Deus, tanto os justos como os maus. Ali Jesus desceu para libertar os justos, desde Adão até Ele, os quais esperavam o Redentor (I Pd.3,18-19 e 4,6). Levou-os consigo e lhes abriu as portas do céu.

Morada dos mortos, Sheol, Hades ou “Inferno” designou-se então o lugar unicamente dos condenados.

 

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